quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

129 vezes tchê no filme A última estrada da praia


     Em cartaz no Cine Guarani até amanhã, o filme A última estrada da praia (2010), se passa no litoral gaúcho onde uma relação (2-1) de amizade é o fio condutor para uma aventura de 3 jovens e um fugitivo de um manicômio.

     Direção de Fabiano Souza, o filme, que nos lembra um pouco o nosso casos e causos, não por acaso produzido pela RBS, afiliada globo no RS, parece ser uma aventura de 3 jovens recém saídos do elenco da malhação em busca de aventuras. Com um roteiro fraco, que não se desenrola, como a maioria dos roadmovies, A última estrada da praia é um tanto, digamos... Quatro amigas e um Jeans Viajante. 
   

O que é pior: aquelas mensagens ao vivo de aniversário ou ir a um show de stand-up?

     Em uma tentativa de levar em conta os comentários feitos pelos professores em banca sobre a minha monografia, acabo de ver 22 minutos de um documentário nauseante chamado "O riso dos outros". Cheio de esteriótipos, camisas polo e óculos de grau (por que todo stand-up é assim?) o documentário cuja a intenção parecia ser levantar uma discussão sobre o que é valido na comédia, na verdade soa como uma compilação de todos os melhores momentos de shows de stand-up pelo Brasil no ano de 2011. O que é claro não conseguiu passar de 1h.   

D.F.W

     Conheci David Foster Wallace agora há pouco, cerca de 4 meses, quando a revista piauí publicou um ensaio/artigo/reportagem intitulada "pense na lagosta", na qual o ficcionista/professor visita uma feira cujo o prato principal é a lagosta e levanta a pergunta se é "aceitável mergulhar uma lagosta viva numa panela de
água fervente para saciar nossos desejos gastronômicos"?

     A inventividade (não me entenda mal jornalista xiita) das cenas, o olhar aguçado para registrar o singular e o seu talento nato de narrador que traz da ficção, fazem do livro "ficando longe do fato de já estar meio que longe de tudo", ainda melhor que o seu livro em que me iniciei chamado "breves entrevistas com homens hediondos".

     O livro é dividido em 6 ensaios/a /r / fruto da seleção e tradução de Daniel Galera, também ensaísta, entusiasta dos games que acaba de lançar o irregular "barba ensopada de sangue" que evidentemente bebericou muito da fonte de D.F.W.

     Mesmo o livro "ficando longe do fato de já estar meio que longe de tudo" seja mais leve que "breves entrevistas com homens hediondos", as notas intermináveis de rodapés que quebram a leitura, mas são muito interessantes, estão presentes, o que faz com que o leitor leia o mesmo parágrafo por 2, 3 vezes até retornar o ritmo normal. 

     Infelizmente a sua obra prima "Infinite Jest", de 1000 e poucas páginas ainda não tem tradução para o português. Embora, segundo fontes oficiais, já está sendo providenciada pelas mãos competentes de Caetano W. Galindo uma versão abrasileirada. A aguardar.