Conheci David Foster Wallace agora há pouco, cerca de 4 meses, quando a revista piauí publicou um ensaio/artigo/reportagem intitulada "pense na lagosta", na qual o ficcionista/professor visita uma feira cujo o prato principal é a lagosta e levanta a pergunta se é "aceitável mergulhar uma lagosta viva numa panela de
água fervente para saciar nossos desejos gastronômicos"?
A inventividade (não me entenda mal jornalista xiita) das cenas, o olhar aguçado para registrar o singular e o seu talento nato de narrador que traz da ficção, fazem do livro "ficando longe do fato de já estar meio que longe de tudo", ainda melhor que o seu livro em que me iniciei chamado "breves entrevistas com homens hediondos".
O livro é dividido em 6 ensaios/a /r / fruto da seleção e tradução de Daniel Galera, também ensaísta, entusiasta dos games que acaba de lançar o irregular "barba ensopada de sangue" que evidentemente bebericou muito da fonte de D.F.W.
Mesmo o livro "ficando longe do fato de já estar meio que longe de tudo" seja mais leve que "breves entrevistas com homens hediondos", as notas intermináveis de rodapés que quebram a leitura, mas são muito interessantes, estão presentes, o que faz com que o leitor leia o mesmo parágrafo por 2, 3 vezes até retornar o ritmo normal.
Infelizmente a sua obra prima "Infinite Jest", de 1000 e poucas páginas ainda não tem tradução para o português. Embora, segundo fontes oficiais, já está sendo providenciada pelas mãos competentes de Caetano W. Galindo uma versão abrasileirada. A aguardar.