quinta-feira, 19 de setembro de 2013

A difícil aritmética do STF

Nem embargos infringentes, ou embargos declaratórios. O que mais causa estranheza no Supremo Tribunal Federal (STF) é a dificuldade em tomar decisões finais na mais alta corte jurídica do país. Se no colégio da corte são 11 ministros, uma vitória simples (6x5), já poderia dar por encerrado o esdrúxulo certame. O STF é tão narcisista com a sua imagem que para eles só vale se a vitória for de goleada.
Apesar de frustrante, é louvável o voto do decano Celso de Melo, em lembrar que o congresso poderia ter derrubado os tais embargos infringentes, em 1998. Segundo ele, todos os lideres, (PFL-PSDB-PT-PSB-PTB...) menos o do Partido Democrático Trabalhista (PDT), votaram a favor da manutenção dos embargos.

Lógico. No país da impunidade, os legisladores não querem perder o sombreiro e a morosidade da justiça brasileira.   

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Calem-se todos


Um assunto de foro íntimo que foi invadido pela sociedade italiana é posto de volta em seu devido lugar no novo longa “A bela que Dorme”, de Marco Bellocchio. Assim como em outros filmes do diretor, a temática se confunde entre religião, política e o poder instituído. Diferentemente do seu antecessor, Vincere (2009), em que o personagem é exposto de modo franco, no caso o fascista Benito Mussolini. Aqui, o diretor explora o oculto, por isso o retorno do assunto ao íntimo, para contar a história real de Eluana Englaro, em coma há 17 anos, vítima de um acidente de carro, cujo pai entra na justiça para desligar os aparelhos que mantém viva sua filha.
Não por acaso o filme começa com a viciada Rossa dormindo na igreja, e termina com a mesma mulher dormindo no leito do hospital. Porém, antes de tudo isso, o diretor nos mostra várias histórias que se cruzam que há todo momento nos fazem lembrar do destino de Eluana. Um casal de jovens de lado opostos na passeata sobre o destino da jovem em coma que se apaixonam. Um senador que se vê obrigado a votar contra os seus princípios éticos no parlamento. Uma mãe que abdica da carreira de atriz para cuidar da filha também em coma. E um médico que não desiste de uma viciada em drogas mesmo depois dela tentar inúmeras vezes o suicídio.
Talvez possamos rotular o filme de Bellocchio em algo parecido como biografia documental, uma vez que ele parte de uma história real. Ou talvez não. O que o diretor italiano faz, na verdade, é poesia. Com enquadramentos perfeitos, como a última cena de Maria, filha do senador. Ou com a Mise-en-scène, como o delicado assunto é abordado.

Biografia documental talvez quem faça é Kathryn Bigelow, com a sua “A Hora Mais Escura”, onde imagens brutas são jogadas na cara do espectador. Bellocchio não. Como diz o jargão popular: “ele tira leite de pedra”.

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Devagar com o andor

Nem o pachequismo incondicional, muito menos o pessimismo exagerado. De verdade, a seleção jogou bem somente 135 minutos nessa Copa das Confederações. O primeiro tempo contra a Itália, e a espetacular vitória frente à Espanha.
A última apresentação do escrete canarinho faz parecer que essa seleção possa ter atingido o auge antes do momento certo. Se enfrentarmos Argentina, Alemanha e novamente a Espanha na Copa, teremos que jogar isso nos três jogos. Aí não dá. A seleção ainda oscila muito porque tem jogadores novos e pouco tempo de trabalho.
O jogo contra a Espanha foi facilitado pelos desfalques de Xabi Alonso e Puyol. Com a presença do jogador catalão, Sergio Ramos seria o lateral direto, mais jogador que Arbeloa. O treineiro da Espanha também não foi bem ao escalar Mata no Lugar de Navas. Facilitou o trabalho de Neymar pela esquerda.

Há aspectos a se comemorar. Neymar passou a ganhar no mano dos zagueiros. A partir do jogo contra a Itália, Fred passou a se movimentar mais e se tornou um jogador mais produtivo. Apesar de ainda um pouco atabalhoado, David Luiz fez uma boa Copa. E o ponto principal foi o resgate do torcedor ao ver a seleção atuando. Assim como em 1998 na França, quando o Stade de France inteiro cantou a Marselhesa, o Brasil na Copa das confederações já entrou campeão. Estamos entre os quatro favoritos. 

terça-feira, 2 de julho de 2013

Se as armas estiverem baixas Wrong pode cativar



Um bombeiro que não apaga o fogo da camioneta em chamas, um vizinho corredor que não admite a prática do esporte, e uma telemarketing educada e boa de conversa. Algo está errado, não?
Apesar de ser bastante irregular, a comédia dramática Wrong mostra um diretor consciente com a câmera e com o elenco nas mãos. A trama gira em torno de Dolph (Jack Plotnick), que ao acordar certa manhã, e não achar o seu cachorro Paul, irá passar por situações um tanto cômicas se deparando com pessoas desconhecidas que parecem saber mais da vida dele do que ele podia imaginar.
Talvez propositadamente nonsense, Wrong vale a pena pelos bons enquadramentos e a aparente inocência do elenco frente à câmera. E talvez até faça uma crítica, meio que disfarçada a sociedade moderna, uma vez que ninguém na cidade onde ele mora tem filhos, só cachorros. E ele mesmo, Dolph, quando perguntado se aceitaria uma criança no lugar do cachorro, só ate ele voltar, rechaça a ideia com um grande não.
O diretor Quentin Dupiex é um produtor musical francês cujo pseudônimo (Mr. Oizo), é conhecido na cena eletrônica europeia. Seu primeiro filme foi Steak (2007), tão confuso quanto esse.
Sem certezas absolutas, filmes como esses merecem ser vistos e comentados. Não é função da arte, e por consequência do cinema, contestar algo. Ele até eventualmente pode levantar uma bandeira, mas não pode se resumir a isso. E filmes como Wrong nos despolitizam um pouco de tudo isso. 

sexta-feira, 21 de junho de 2013

O fracasso de uma geração está nas ruas

Há uns bons vinte anos a minha geração, e a próxima, conhecida como Y, faz piadas de si mesma. Sem representatividade na esfera pública, por opção, já que se tornaram um conglomerado de pessoas individualistas, adoram se auto referenciar por meio de costumes apropriados de outros. Seja por meio da publicidade (VEM PRA RUA), ou cinema/tv (V de Vingança), para ficar apenas com os exemplos vistos pelos meios de comunicação.
Eles querem ser ouvidos, mas não tem o que falar. Ficaram seis anos calados envelhecendo fotos no instagram, postando frases fofas nas redes sociais praticando o exercício mais comum de todo hypster, a ironia. E agora querem reclamar dos investimentos para a Copa do Mundo em detrimento de outros serviços públicos?

O Brasil está cheio, e Curitiba ainda mais, de sujeitos como esses. Com suas esquisitices visuais eles procuram evidenciar sua individualidade por meio dos acessórios, não por conceitos. É preciso propor algo, não apenas reclamar. Mas para isso é preciso esforço intelectual, saber jogar o jogo. O da vida, não o do vídeo game.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Ronaldo decreta a morte do jornalismo esportivo da rede globo

A contratação do grande, mesmo, jogador de futebol Ronaldo para comentarista de futebol na rede globo, é sintomático ao revelar o quanto que os interesses se sobressaem a credibilidade da transmissão. Agora agente e promotor de eventos, o mínimo que se poderia esperar de tal desportista seria a negação do convite para participar das transmissões, porque no objeto de análise do Ronaldo, jogos da seleção brasileira, alguns jogadores são gerenciados por ele. Por exemplo, Neymar, a maior estrela do escrete.
O ufanismo que somos obrigados a suportar de Tino Marcos, com aquele bom mocismo, desprovido de informações relevantes sobre o assunto que cobre. E o tom paternalista da voz de Galvão Bueno, já uma caricatura de si mesmo, revela o quanto de nocivo, na vitória ou na derrota, teremos que aguentar.
A pequena abertura para a real informação vem mesmo dos canais ESPN. No singular, porque a Sportv é um arremedo de Globo, e a FOX já engatinha para o lado torto da força.
Nenhum crítico, comentarista ou analista, domina mais o seu objeto de estudo que Paulo Vinícius Coelho (PVC). Ele parece conhecer tudo sobre futebol, pelo menos no campo da razão. Destrincha esquemas táticos, posicionamento de jogadores como se fosse um enxadrista. E é aí a única falha do comentarista. Ele esquece que o futebol nem sempre tem lógica. Um esporte onde o caos impera, nem sempre há explicação para tudo.
É nesse momento que paramos para ler Tostão. Não se engane. Ele tem uma legibilidade do futebol também magnífica. Embora saiba, ele mais que ninguém, pois atuou na melhor seleção de todos os tempos como centroavante, diferentemente de como jogava no Cruzeiro, que nem sempre os números explicam o "onze de cá, onze de lá. E o bate-bola do meu coração".
Se isso fosse possível o comentarista perfeito seria uma dose da informação do PVC, a poesia de Tostão e a pornografia de Nelson Rodrigues. 

terça-feira, 11 de junho de 2013

Resenha do curta Menino do Cinco


Premiado em seis categorias no 40º Festival de Gramado, incluindo melhor filme, melhor roteiro, e melhor ator, dividido entre Thomas Vinícius de Oliveira e Emanuel de Sena, o curta metragem "Menino do Cinco", retoma a já quase esquecida temática da luta de classes no país.
Gravado na Bahia, vizinha do recifense Kleber Mendonça, diretor do prestigiado “O som ao redor”, parece fazer parte de uma nova abordagem de cinema em que a classe média tem papel central na temática dos filmes.
O menino do cinco, asmático e solitário, encontra um cachorro perdido no gramado do prédio e decide adotá-lo, sem saber que o animal pertence ao garoto que mora na praça perto da sua casa. Recriando um clima de tensão sobre os dois, uma vez que o menino da praça quer o seu cachorro de volta, o ápice da história se dá quando o menino da praça invade o apartamento para recuperar o cachorro. Em um impulso, com o objetivo da negação da derrota, o menino do cinco, acostumado a ter tudo para si, sabe que irá perder, mas também não deixará o outro ganhar.
Sem panfleto, com a câmera passeando com liberdade no interior e no exterior do prédio, os diretores Marcelo Matos de Oliveira e Wallace Nogueira, aborda o distanciamento das relações afetivas entre pai e filho, entre filho e cidade e entre espaços que não se completam. O que soa como uma crítica à sociedade moderna.   

P.S: Texto para a oficina de crítica cinematográfica.

terça-feira, 21 de maio de 2013

O império carioca tem nome

     Em mais um artigo inspirado, o articulista Elio Gaspari exemplificou bem como funciona o livre mercado e o intervencionismo governamental. Eike Batista, o multi imperioso macunaíma, quando lançou sua OGX, empresa de exploração de petróleo, na bolsa de valores, suas ações valiam algo em torno de R$ 12. Hoje derreteram ao patamar de R$ 1. O livre mercado é assim: Não perdoa jogada errada. 
     Mas o outro Eike, aquele que empresta jatinhos ao governo carioca, acaba de ganhar a concessão, junto com a Odebrecht, para gerir o Maracanã pelos próximos 35 anos e um complexo na Marina da Glória. 
     As obras do Maracanã custaram quase R$ 1 bi aos cofres da viúva. Na Marina da Glória, tombado como patrimônio histórico pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), Batista quer implantar um centro de convenção e um estacionamento, o que altera a concepção original do local. E pelo andar da carruagem ele ganha mais essa.  
     Ou seja: No mercado, onde reina (na maioria das vezes) a meritocracia, Eike vai mal. Nas tetas da viúva, local dominado pelo ombro amigo, o império só cresce. 

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Felipão foi Felipão. E isso é bom?

     Na convocação para a Copa das Confederações, ontem (14), a ausência de Ronaldinho Gaúcho nos remete a não convocação de Romário para a Copa do Mundo em 2002, e a exclusão do goleiro Vitor Baía, da seleção de Portugal no mundial seguinte, em 2006. Felipão, para o bem ou para o mal, não gosta que uma estrela ofusque as demais. E ele já definiu qual é a sua joia nessa nova passagem pela seleção. Neymar, claro.
     Uma convocação sem maiores surpresas, exceto pelo nome de Bernard, convocado com justiça. Outro nome que poderia gerar desconfiança é o de Jadson. Mas desde a Copa América de 2011, quando foi titular, inclusive ao marcar o gol brasileiro no certame, e sacado estranhamente no intervalo da partida, Jadson merecia uma nova chance no escrete canarinho.
     E Ramires é melhor que Luis Gustavo ,do Bayern. Mas como disse Felipão: "Volante que sai pra jogar é coisa pra imprensa ver". 
           

quinta-feira, 18 de abril de 2013

A caça


     Uma coprodução entre Dinamarca e Estados Unidos, o filme A caça, do diretor Thomas Vinterberg, um dos ideólogos do movimento Dogma 95, junto com Lars Von Trier, mostra como um episódio pontual e carente de provas, pode se transformar em histeria coletiva.  
     Lucas (Mads Mikkelsen) trabalha em uma creche, depois do fechamento de uma escola de ensino fundamental em uma pequena cidade nórdica. Depois de um casamento desfeito e uma brusca separação do filho, Lucas parece reencontrar a felicidade com uma nova namorada e a possibilidade de retorno do filho adolescente ao pai. Mas aí surge um empecilho na vida de Lucas e seus camaradas de caça e bebedeira. Uma das crianças que ele cuida, Klara, confessa um episódio impróprio, depois de Lucas ter ignorado Klara justamente por ter percebido algo de imaginativo na menina.
     A acusação faz logo que ele seja afastado do trabalho e passe a ser perseguido pela comunidade mesmo sem provas do ato. Aos poucos, depois de ser execrado pelos amigos e ser absolvido perante o juiz, Lucas perdoa os seus acusadores, mas aparentemente não recebe o perdão de todos da comunidade e sabe que a partir de agora será sempre lembrado por esse episódio.
     Filmado com uma crueza impressionante, Vinterberg nos questiona a cerca de alguns tabus a cerca da ingenuidade dos atos das crianças, e nos lembra do quanto pode ser nocivo à histeria coletiva que faz imprensa e cidadãos culparem pessoas sem terem um mínimo de prova para isso. No filme, Lucas foi absolvido por um juiz. Se ele fosse a júri popular o resultado seria o mesmo?      

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Em tempos de festivais The Cure toca por 3h20

     Com fôlego de guri, o senhor Robert Smith, 53 anos, subiu ao palco do parque Anhembi às 20h20 para levar ao delírio cerca de 30 mil pessoas que aguardavam, desde 1996, data do último show da banda, no extinto Hollywood Rock, para dançar ao som dos seus inúmeros hits.
     Em tempos de festivais, cujo shows não ultrapassam 1h30, o que na maioria das vezes é ótimo, já que as bandas que tocam nesses festivais são realmente fracas, 3h20 de show é para assar qualquer batata de perna. 
     The Cure é Robert Smith. Mesmo com uma ótima banda, inclusive com o ex-guitarrista do David Bowie, Reeves Gabriel, a inconfundível voz do ser da New wave, o pai do Indie, o ídolo anti-pop, com seu batom vermelho, a cara branca e o cabelo perfeitamente desgrenhado não é mais um ícone decadente do rock a procura de alguns dólares para sobreviver em Londres. Com muito gelo seco e teclado,é claro, Smith teve o público nas mãos. Alternou hits com séries de músicas mais pesadas que fizeram muitos sentar a espera de algo mais dançante.
     The Cure tocou 2h20 antes de sair para o primeiro intervalo. Depois, mais dois bis e a série final de hits que incluíram Boys Don´t Cry, 10:15 Saturday Night e Klling an Arab. Para então, finalmente Robert Smith nos deixar descansar.

sábado, 23 de março de 2013

A política e o profissionalismo

     Há quase exatos três anos, a Itália fora eliminada na Copa do Mundo da Africa do Sul, em 2010. Atual campeã, a Azurra teve um campanha medíocre. Empatou com Paraguai e Nova Zelândia e uma derrota para a Eslováquia. Ficou em último lugar no grupo F. Seu técnico era Marcelo Lippi, técnico também campeão do mundo. 
     Assim que desembarcou em solo italiano, claro, o técnico foi demitido e um, mais ou menos, rejuvenescimento da equipe foi feito. Entrou Cesare Prandelli, e no grupo de hoje, Buffon, Pirlo, Chiellini, Maggio, Bonucci, De Rossi, Montolivo e Marchisio, participaram da copa em 2010. Apesar do fiasco, a espinha dorsal estava montada. Não se jogou aos leões jogadores importantes, pela experiência ou habilidade. Novos jogadores foram convocados aos poucos em um sistema tático definido e sem nenhuma troca de técnico.
     Na mesma copa, o Brasil de: Julio Cesar, Maicon, Lúcio, Juan, Michel Bastos, Gilberto Silva, Felipe Melo, Daniel Alves, Kaká, Robinho e Luis Fabiano, foi eliminado pela Holanda, salvo pela falha de Julio Cesar e Felipe Melo, em um jogo normal. Para o " país do futebol", um ditado ufanista e mentiroso, nunca o adversário é o vencedor.
     De lá para cá, trocamos de técnico a menos de um ano para a copa e todo um esquema tático, espelhado no que é praticado pelos melhores times, e que se diga não é novidade, ou moderno, foi jogado fora e voltamos a depender de um centroavante quase daqueles trombadores, e de um volante cão de caça para proteger a zaga.
     Na Itália, apesar dos inúmeros casos de manipulação de jogos que mancham a liga, a seleção foi tratada com o devido respeito de um time campeão quatro vezes do mundo. Aqui, a 18ª do ranking da Fifa sofre da politicagem dos seus cartolas/governantes e daqueles que dizem que Daniel Alves e David Luiz são jogadores de seleção.     

sábado, 2 de março de 2013

Max Gehringer já disse para tomar cuidado com o que você fala no ambiente profssional

     O que era pra ser, possivelmente, o maior escândalo ocorrido dentro de um hospital no Brasil, agora caminha para uma das mais vergonhosas investidas da polícia civil no âmbito científico. Primeiramente venho a informação de que um policial estaria infiltrado dentro da UTI. Fato desmentido em seguida, para depois ser melhor esclarecido, dizendo que eles obtiveram a autorização mas acharam melhor não fazê-lo. Prudente não? Eu não gostaria de ter o meu medicamento trocado por um policial disfarçado.
     A segunda evidência da atabalhoação da polícia é a troca dos verbos "raciocinar" por "assassinar", que virou munição para a defesa entrar com o pedido de Habeas Corpus da médica. 
     Mas a meu ver, o que é mais grave em tudo isso, é a falta de conhecimento científico, algo muito bem lembrado pelo advogado, multimidiático, Elias Matar Assad, em ponderar as falas dos médicos com o tipo e a carga de trabalho que eles são submetidos. Convenhamos que "desentulhar a UTI, que está me dando coceira", segundo a intensivista, nada mais é que um típico sintoma de esgotamento profissional que deve ser colocado no seu devido âmbito profissional. 
     Por enquanto as acusações são frágeis e a polícia precisa se respaldar de argumentos científicos para provar que ela assassinava um enfermo e não raciocinava, ou protestava contra seus doentes terminais.  

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

David Beckham salvando as crianças francesas

     No mesmo momento em que o presidente francês, Francois Hollande, do partido socialista, anuncia a sobretaxa aos mais ricos, os que possuem renda anual de mais de 1 milhão de euros, levando inclusive o ator Gérard Depardieu a pedir o passaporte russo para Putin, David Beckham, anuncia que todo o seu salário pago pelo clube da capital francesa, Paris Saint-Germain, irá diretamente para os cofres de uma instituição beneficente não divulgada pelo jogador.

     É mais ou menos o que acontece hoje em dia quando os bilionários se reúnem, liderados por Bill Gates, para doarem uma quantia para alguma instituição em prol de alguma causa humanitária, estipulando datas para vislumbrarem o resultado da doação. É a tal da doação com publicidade em vida.