sexta-feira, 5 de julho de 2013

Devagar com o andor

Nem o pachequismo incondicional, muito menos o pessimismo exagerado. De verdade, a seleção jogou bem somente 135 minutos nessa Copa das Confederações. O primeiro tempo contra a Itália, e a espetacular vitória frente à Espanha.
A última apresentação do escrete canarinho faz parecer que essa seleção possa ter atingido o auge antes do momento certo. Se enfrentarmos Argentina, Alemanha e novamente a Espanha na Copa, teremos que jogar isso nos três jogos. Aí não dá. A seleção ainda oscila muito porque tem jogadores novos e pouco tempo de trabalho.
O jogo contra a Espanha foi facilitado pelos desfalques de Xabi Alonso e Puyol. Com a presença do jogador catalão, Sergio Ramos seria o lateral direto, mais jogador que Arbeloa. O treineiro da Espanha também não foi bem ao escalar Mata no Lugar de Navas. Facilitou o trabalho de Neymar pela esquerda.

Há aspectos a se comemorar. Neymar passou a ganhar no mano dos zagueiros. A partir do jogo contra a Itália, Fred passou a se movimentar mais e se tornou um jogador mais produtivo. Apesar de ainda um pouco atabalhoado, David Luiz fez uma boa Copa. E o ponto principal foi o resgate do torcedor ao ver a seleção atuando. Assim como em 1998 na França, quando o Stade de France inteiro cantou a Marselhesa, o Brasil na Copa das confederações já entrou campeão. Estamos entre os quatro favoritos. 

terça-feira, 2 de julho de 2013

Se as armas estiverem baixas Wrong pode cativar



Um bombeiro que não apaga o fogo da camioneta em chamas, um vizinho corredor que não admite a prática do esporte, e uma telemarketing educada e boa de conversa. Algo está errado, não?
Apesar de ser bastante irregular, a comédia dramática Wrong mostra um diretor consciente com a câmera e com o elenco nas mãos. A trama gira em torno de Dolph (Jack Plotnick), que ao acordar certa manhã, e não achar o seu cachorro Paul, irá passar por situações um tanto cômicas se deparando com pessoas desconhecidas que parecem saber mais da vida dele do que ele podia imaginar.
Talvez propositadamente nonsense, Wrong vale a pena pelos bons enquadramentos e a aparente inocência do elenco frente à câmera. E talvez até faça uma crítica, meio que disfarçada a sociedade moderna, uma vez que ninguém na cidade onde ele mora tem filhos, só cachorros. E ele mesmo, Dolph, quando perguntado se aceitaria uma criança no lugar do cachorro, só ate ele voltar, rechaça a ideia com um grande não.
O diretor Quentin Dupiex é um produtor musical francês cujo pseudônimo (Mr. Oizo), é conhecido na cena eletrônica europeia. Seu primeiro filme foi Steak (2007), tão confuso quanto esse.
Sem certezas absolutas, filmes como esses merecem ser vistos e comentados. Não é função da arte, e por consequência do cinema, contestar algo. Ele até eventualmente pode levantar uma bandeira, mas não pode se resumir a isso. E filmes como Wrong nos despolitizam um pouco de tudo isso.